Lamento não ser uma experiência tão interessante ou tão bonita quanto outras que possam ter vivido, mas a subjetividade dessa, pra mim, é tão intensa que se eu abordasse outro assunto estaria anulando uma experiência contínua na minha vida que dá sentido à minha realidade.
Às vezes sou mãe, sou filha, sou namorada, sou a amiga, sou mulher, sou menina. Cada personagem que sou me dá novo fôlego, me mostra uma nova perspectiva de realidade, de pensamentos, de ações. Cada personagem sou menos eu e mais envolvimento, penso menos em mim e mais no momento.
Momento vivo e presente que revivo a cada trabalho, uma nova experiência que não se limita ao presente finito, mas ao presente eterno em pensamento e sentimento.
A luz montada clareia a vontade de ser, de viver.
A imaginação flutua nos poucos segundos de espera.
Então conexão entre os companheiros de trabalho vai acontecendo e a cada sussurro ou grito tenho mais atenção e foco para que o corpo obedeça e a mente flutue até um lugar de onde não vai voltar até a sessão acabar.
Em cada movimento o sentimento esmaga a razão petrificada sem a consciência de que a fez.
Cada clique a realidade muda, o clique é a chave, o clique é o clímax, o clique traz vida, o clique exige vida.
Enfim o corpo exausto, a mente regozijando a beleza não visual da experiência vivida e a satisfação que invade a alma.
O que resta após as luzes serem apagadas, os fios recolhidos, a maquiagem tirada, o figurino desmontado e as companhias distantes é a conversa com o eu e o novo eu.
Gabriella Albino
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